Antes da partida, o comandante Xabi Fernández disse que a saída em Itajaí (Brasil) seria interessante, mesmo com condições de vento fracas. A sexta etapa, que terá 5.010 milhas náuticas, teve início no passado domingo com apenas quatro nós (7,4 km/h) de vento.
O público brasileiro encheu o local para se despedir da frota da Volvo Ocean Race. “Foi fantástico o carinho do público. Todas as pessoas que vieram, amigos, família e imprensa foram fundamentais para a realização do evento. Foi uma bela e inesquecível festa. É triste dizer adeus a Itajaí, mas a regata continua”, disse “Bochecha”.
Pontualmente, às 14h, começou a sexta das nove etapas que serão disputadas nesta edição. Antes de sair para o mar alto, a frota fez um percurso entre boias que foi encurtado, uma vez que não havia vento e os barcos literalmente boiavam.
As primeiras 24 horas após a partida foram lentas. “Neste momento, o vento é um pouco fraco e em toda a costa do Brasil será mais ou menos assim. Queremos um bom resultado, terminando no pódio. Se isso acontecer, vamos repetir as duas etapas anteriores. Faltam quatro pernas e muitos pontos em disputa", declarou André Fonseca. "Embora os mares do Sul tenham ficado para trás, será uma etapa longa com os seus próprios desafios", disse "Neti" Cuervas-Mon. As equipas vão subir toda a costa do Brasil, apanhar os Doldrums e chegar a Newport, onde irão encontrar uma tempestade muito grande e muito frio…
Em jeito de balanço da última stopover, a equipa MAPFRE teve um percalço que lhe custou dois pontos. A Comissão de Regata puniu o barco espanhol por não pedir permissão para reparar uma retranca e um problema na proa do barco durante a quinta etapa da Volvo Ocean Race, a mais difícil da Volta ao Mundo.
A regra da classe Volvo Ocean 65 diz que se uma equipa considera fazer um reparação deve informar imediatamente a autoridade da Classe Volvo Ocean 65 (VCA). O medidor Jack Lloyd, diretor da regata, apresentou um protesto ao entender que a equipa espanhola não informou a tempo sobre a reparação, bem como da maneira exigida. Não obstante, o júri internacional reconheceu que as reparações realizadas pelo barco “MAPFRE” não foram feitas com a intenção de melhorar o rendimento do barco, nem mesmo para aumentar a velocidade.
O comandante Xabi Fernández explicou, na conferência de imprensa de Itajaí, que o dia foi duro para eles. "Em primeiro lugar, trabalhamos duro na etapa anterior, como sempre fazemos. Tivemos boas condições nos mares do Sul, mas com ventos intensos e com muita disputa por posição. Fizemos tudo por causa da segurança do barco e da tripulação. Quando temos problemas a bordo temos que enfrentar e procurar uma solução o quanto antes. Nós, enquanto velejadores de oceano, temos experiência e obrigação de resolver problemas, evitando riscos desnecessários. Esse é o nosso valor como atletas. Aprendemos com a nossa experiência e com as regatas passadas”, disse. “Creio que atuamos corretamente. Demos uma solução a dois problemas que tivemos a bordo. Reduzimos os riscos e voltaríamos a fazer o mesmo outras mil vezes. Insisto que somos um grupo experiente e bem preparado. Também poderíamos fazer uma paragem de emergência em Ushuaia (Argentina), já que nas últimas três vezes que passamos por lá tivemos de fazer reparações. A nossa equipa de terra estava em stand by por lá com o material pronto caso fosse necessário reparar”. Fernández, em nome da equipa, disse que “foi totalmente excessiva a punição tendo em conta a falta administrativa que cometemos. Vamos trabalhar internamente para receber de volta os pontos que nos tiraram”.
“Vamos ter em atenção as questões burocráticas de futuro, mas não estamos de acordo com a solução que foi dada. Vamos continuar a trabalhar arduamente, mesmo sabendo que perder dois pontos na classificação geral significa muito”, concluiu Xabi Fernández.
Faltam 32 dias para a Volvo Ocean Race chegar a Lisboa!
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